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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quando eu morrer

Quando eu morrer e no frescor de lua
De casa nova me queda a sós,
Deixai-me em paz na minha quieta rua...
Nada mais quero com nenhum de vós!
Quero é ficar com alguns poemas tortos
Que andei tentando endireitar em vão...
Que linda a Eternidade, amigos mortos,
Para as torturas lentas da Expressão!...
Eu levarei comigo as madrugadas,
Pôr-de-sóis, algum luar, asas em bando,
Mas o rir das primeiras namoradas...
E um dia a morte há de fitar om espanto
Os fios de vida que eu urdi, cantando,
Na orla negra do seu negro manto...

As pálpebras estão descidas

As pálpebras estão descidas
E as mãos em cruz sobre o peito...
Mas quem é que pisa vidros?
Quem estala dedos no ar?
As pálpebras estão descidas.
Não mastigues folhas secas!
Não mastigues folhas secas,
Que te pode fazer mal...
-Quem é que canta no mar?-
As mãos repousam no peito.
E eu quero ver se bem cedo
Pescam meu corpo em Xangai.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

NÃO PISE NA GRAMA

Placa inútil e amarela:
"Não pise na grama.''
Amarela
pela ausência de girassóis.
Inútil
porque não tenho os pés no chão.
Fábio rocha